22 abril, 2009

E como vai o Ensino Médio??

Caros gestores/professores/colegas



Frequentemente assistimos, entre decepcionados e indignados, críticas contundentes
que invadem as ondas da internet, com referência ao desempenho de nossos alunos nos vestibulares, que sem sombra de dúvidas, nos atingem em cheio!
Afinal, como vai o nosso Ensino Médio??? O que estamos ou não, conseguindo ensinar?
Vale a reflexão!!
Um abraço, Ana Celina



A importância didática e estratégica do ensino médio


É grande o número de educadores que manifestam dúvidas e entendimentos equivocados sobre o ensino médio. Isso porque o público atendido – adolescentes em geral – se distancia da visão pueril e dependente das crianças, pois já goza de uma relativa autonomia pessoal, sem contudo alcançar a liberdade plena dos adultos e do ensino superior. E também porque o próprio Poder Público não parece direcionar excessiva importância a essa modalidade intermediária da aprendizagem formal.

Os debates acalorados que costumeiramente presenciamos sobre educação tomam duas vertentes bem claras: de um lado se discutem as enormes mazelas sociais que atingem as crianças brasileiras, enfocando o ensino básico com seu caráter assistencial, até mesmo como único meio de sobrevivência de alguns alunos. E de outro se intensificam os questionamentos éticos e políticos sobre a qualidade dos milhares de cursos universitários em funcionamento no país, alguns deles com métodos empresariais pouco ortodoxos. Mas praticamente nada se fala a respeito do ensino médio, como se fosse um item sem importância na agenda educacional ou uma mera passagem burocrática para a universidade.

A primeira coisa que se pode dizer a respeito dessa modalidade é que ainda não é obrigatória. A LDB (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996) dispõe, equivocadamente, a nosso ver:

Art. 4º – O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II – Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.

Pois é. Embora nossa atual lei de diretrizes seja a mesma desde 1996, essa “progressiva extensão de obrigatoriedade” ainda não se concretizou. Ao contrário do ensino fundamental, que é obrigatório há muito tempo, ficou apenas na idéia a intenção de compelir todos os estudantes brasileiros a cursarem também o ensino médio. Quaisquer pais que não matricularem seus filhos com seis anos completos nos anos iniciais do ensino fundamental podem ser punidos até criminalmente, por caracterizar-se “abandono intelectual”, previsto no Art. 246 do Código Penal. Mas não há nenhuma conseqüência legal se os liberarem dos estudos ao concluírem o nono ano.

Antes que se diga que essa regra é um prato cheio para os preguiçosos e irresponsáveis, ou se lamente a falta de sensibilidade do legislador, vamos convir que o número de vagas disponíveis no país entre estabelecimentos públicos e particulares de ensino médio não daria conta da demanda. Mas ao impor uma data certa para que o curso se torne compulsório a todos os adolescentes brasileiros – e essa data ainda não existe – certamente os sistemas de ensino teriam uma motivação extra para providenciar o que falta.

O ensino médio, de acordo com a mesma LDB em seus Artigos 35 e 36, compreende a etapa final da educação básica. Tem como finalidades:


A consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental. Melhor estruturados emocional e intelectualmente, os educandos passam a ter acesso à maior solidez de conhecimentos nas diversas áreas do saber.


Preparação básica para o trabalho e cidadania. Talvez como ponto primordial, a questão profissional ganha destaque junto ao educando, bem como sua integração como cidadão brasileiro.


Aprimoramento do educando com formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual e pensamento crítico. Em sua passagem para a vida adulta, o ensino médio impõe a responsabilidade pessoal do aluno, preparando-o para desenvolver sua própria opinião.


Compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos. Agora habilitado a desenvolver, na prática, os conceitos teóricos apresentados no ensino fundamental, o estudante passa a ter acesso mais profundo à evolução científica e suas aplicações na vida.


Certamente se destaca a preparação para o trabalho como item preponderante dessa modalidade de ensino, que não constava na pauta da educação fundamental e passa a ser a tônica dos alunos em formação, face à enorme competitividade no mercado de trabalho e a demanda cada vez maior por profissionais qualificados. Por esse motivo, o Decreto 5154, de 23 de julho de 2004, voltou a permitir a educação profissional técnica integrada ao ensino médio, desde que seja desenvolvida de forma articulada com as disciplinas regulares.

Em outras palavras, a importância estratégica do ensino médio é tamanha, que o próprio Poder Público o incentiva como meio de formação profissional da população, ao mesmo tempo em que oferece subsídios de conhecimento para os educandos que mais tarde cursarão o nível superior. Aos mantenedores de estabelecimentos educacionais, é hoje facultado oferecer o ensino médio regular ou concomitante com as disciplinas direcionadas ao exercício de profissões técnicas.

Para quem duvida dessa importância, basta imaginar com o país iria funcionar sem os profissionais de nível médio.

Célio Müller é advogado especializado em Direito Educacional e autor do Guia Jurídico do mantenedor educacional (Editora Erica). Visite o site: www.advocaciaceliomuller.com.br












<

20 abril, 2009

Gestão Estratégica Educacional: Ser ou Estar Professora ...

Gestão Estratégica Educacional: Ser ou Estar Professora ...

Como fazer uma boa escola ?

Amigos (as) Colegas


Muitas vêzes,o dia a dia da nossa rotina escolar, nos faz cair em ações repetitivas e desestimulantes. Uma escola viva, é aquela que mantém viva a chama do desejo de saber, descobrir e construir conhecimentos. Na medida que vivenciamos nosso grupo, (im porque,
se convivemos diáriamente por várias horas com um grupo de pessoas, isso já vai muito além de convívio, é vivência existencial mesmo) temos por dever deixar nossa " marca " produtiva,impressa na história desse grupo não acham?
Com essa visão, trago-lhe a palavra de uma mestra em Educação Gilda Lück, para que possamos aprender com ela a dar uma repaginada em nossa vida escolar.

Um abraço, Ana Celina









Como fazer uma boa escola?
Por Gilda Lück



Em uma típica manhã Curitibana, nublada e chuvosa, um grupo de crianças da Escola Municipal CEI Rita Anna de Cássia visita a casa da família de Poty Lazarotto. Para isso, durante praticamente 12 semanas, os alunos fizeram uma releitura de toda a sua obra e estudaram sua técnica de pintura – que o tornou tão famoso. Também conheceram sua biografia, fixando-se principalmente na infância do artista, passada no mesmo bairro onde residem, com experiências de vida semelhantes a delas; tudo isso dentro do eixo arte-psicomotricidade. Em outro bairro, não muito longe dali, no CAIC Guilherme Lacerda Braga Sobrinho, professores de várias áreas e alunos organizam-se para a exposição que irá demonstrar o desenvolvimento do projeto realizado com foco na consciência ambiental: Repensando o uso dos materiais em busca da sustentabilidade.Esses são apenas dois dos muitos exemplos de programas estabelecidos dentro do próprio sistema de ensino. Ou ainda, simplesmente ações isoladas desses ou daqueles professores que juntam suas forças em prol de uma educação melhor para seus alunos. Mas será que somente o envolvimento e o comprometimento de nossos educadores fazem a diferença no ato de educar e de aprender? Apesar de ser o ponto central do processo, existem outras “lições” que fazem acontecer.
O que faz uma boa escola? Bons resultados no vestibular? Boas notas nos boletins dos alunos? Uma escola onde a maioria dos alunos fica para exames ou reprova? (Parece incrível, mas conheço alguns professores que ainda acham que são excelentes profissionais porque reprovam, em séries mais avançadas, grande parte da turma.) Será que uma boa escola é aquela que considera uma turma pequena, com um professor medíocre, melhor do que uma turma grande com professores líderes inspiradores?Podemos pensar na frase do professor Dr. Francisco Fialho, da Universidade Federal de Santa Catarina, “professores entusiasmados, alunos encantados”. Uma boa escola é uma comunidade de pais, professores, funcionários e gestores que, em uma maioria muito mais significativa do que pensamos – apesar de sobrecarregada com uma variedade de tarefas pedagógicas e não-pedagógicas, e um rendimento financeiro medíocre –, executa um trabalho em busca do crescimento próprio e dos educandos sob sua responsabilidade. Algumas lições que esses educadores têm para nós:
Atividades extracurriculares Possuir um bom programa, que desperte o interesse, curiosidade e motivação dos alunos, parceiros e outros professores, pode acrescentar um resultado bastante significativo. Estabelecer parcerias com fontes da comunidade também é um excelente diferencial, principalmente quando atinge o sucesso.

Tecnologia como ciência

O uso das ferramentas tecnológicas desperta nas crianças e adolescentes um desafio motivador. Isso porque nossos educandos têm a mente aberta para agregar o novo com mais facilidade do que os adultos. Porém, ferramentas tecnológicas são caras. Entretanto, é possível realizar um trabalho de alfabetização tecnológica, por exemplo, baseado em sucata e artes. Ou seja, utilizar a criatividade e recursos disponíveis respeitando outro tipo de tecnologia: da idéia.
Profissionais preparadosIncrementar e desenvolver a competência profissional das pessoas que fazem parte de nossa escola deve ser uma preocupação constante. Não quero dizer com isso que devamos bancar esse desenvolvimento, mas sim possibilitar. Muitas escolas não permitem que seus professores profiram palestras ou desempenhem outras tarefas em organizações que não pertençam ao mesmo sistema ou ao mesmo grupo. Isso é coisa do século passado! Se agirmos dentro de princípios éticos, a convivência com instituições diferentes das que trabalhamos possibilitará a observação, percepção e análise de outra realidade, assim como dará a oportunidade de exercitar a consciência social e cidadã. Realizando um desenvolvimento harmonioso de nossos profissionais, teremos uma instituição que olha para dentro de si mesma e sabe que é mais gratificante e prazeroso ser melhor “com” do que melhor “de”.
Número ideal Todos nós gostaríamos de classes com poucos alunos. Porém, muitas vezes a realidade é outra. Para cada série existe um número ideal, nem sempre pequeno, considerado mais ou menos um “ponto ótimo”, o qual ajuda – não só no gerenciamento da papelada de correção e burocracia – no preparo das aulas com um tempo significativo para isso e também para o desenvolvimento social, possibilitando opções de relacionamentos de amizade e coleguismo no grupo.
Como podemos ver nesses aspectos, os professores realizadores buscam diferenciais. Um exemplo pessoal: minha professora de piano, Dona Sarita, foi na realidade quem me despertou para o gosto da leitura. Quando eu dizia “Isso eu não sei“, ela repetia em seguida: “Você não sabe ainda.” Essa atitude me despertou uma autoconfiança de que eu poderia aprender o que quisesse e que nada era tão difícil. Sentia-me motivada para descobrir por conta própria e ler sobre qualquer assunto.
Gestores, vamos incentivar os professores a serem diferentes, a tentar, a ousar. Assim construímos uma boa escola.

Gilda Lück é assessora pedagógica do grupo Dom Bosco, mestre em Educação pelo Lesley College (EUA) e doutora em Engenharia da Produção. E-mail: egopedagogia@ig.com.br

15 abril, 2009

Você está preparado para supervisionar uma equipe??

Caros amigos(as)

Por motivo de força maior, estive afastada do blog por um período .
Porém agora, com a questões pendentes solucionadas retomo minha condição de blogueira,
da qual muito me honro, por contar com a parceria e amizade de vocês.
Sempre procupada com o perfil do gestor de qualquer área e em particular com o gestor escolar, procuro me informar sobre que há de mais atualizado sendo tratado no Brasil nesta área, buscando fazer deste blog, ferramenta de difusão de conhecimentos.
Um abraço, Ana Celina





Você está preparado para supervisionar uma equipe?



Por Nilo Sérgio Borges



A Administração Pública está em mudança. Durante dezenas de anos, vivemos períodos da Administração Púbica Patrimonialista, que era a extensão do poder soberano. Em outras épocas foi a vez da Administração Pública Burocrática, centrada no poder regional Legal.
Atualmente, a proposta é de mudanças: a implantação da Administração Púbica Gerencial, em virtude da expansão das funções econômicas e sociais do Estado, do desenvolvimento tecnológico e a globalização da economia mundial.
O diferencial desta nova proposta está na forma de controle, que deixa de ser focada nos processos e passa a direcionar nos resultados. Está comprovado que em escolas com objetivos e metas definidas, os resultados são melhores, pois seus alunos estão mais bem preparados face à uma série de fatores. Destaca-se a atuação dos gestores que estão desenvolvendo maior eficácia e "contaminando" o desempenho dos professores, que estão tornando a aprendizagem em algo agradável e prazeroso.
O papel do gestor na escola é torná-la sedutora para os alunos. Se a sociedade está em constante mudança, principalmente tecnológica, a educação não pode andar a reboque neste processo. Dessa forma, é preciso redesenhar o perfil do gestor nas escolas. Novos paradigmas precisam ser quebrados.
Ao fazermos uma retrospecção no tempo, veremos o seguinte quadro: o antigo supervisor (gestor), tinha como principais atividades: controlar, dar ordens, mandar fazer, procurar respostas e culpados, disciplinar, normatizar, definir processos, analisar o desempenho e, até mesmo, ter ações reativas em razão da hierarquia. Hoje falamos sobre a prática do coaching, que é um relacionamento no qual uma pessoa se compromete a apoiar outra a atingir determinado resultado: seja ele o de adquirir competências ou produzir uma mudança específica. Coaching é uma relação sólida e consciente entre supervisor e colaborador e é, também, uma relação dinâmica que permite romper antigos paradigmas e estabelecer novas fronteiras.
O líder Coach (que pratica o coaching), estimula o liderado a identificar seus valores essenciais e a expressá-los, desenvolvendo uma postura de integridade pessoal. Ele leva o conduzido a "sonhar acordado", a criar para si mesmo uma visão de futuro que o entusiasme e que utilize ao máximo sua energia criadora.
Com isso, aquele antigo supervisor passa a ter um outro perfil em que favorece a mudança para o liderado, de modo a facilitar a compreensão. Assim, esclarece dúvidas, concede poder, pratica a administração participativa e favorece o desenvolvimento da criatividade e da intuição. Forma times de trabalho, age de foram proativa e estabelece um contrato mútuo para atingir resultados. O líder Coach pratica e utiliza a inteligência emocional, que está relacionada a habilidades tais como: motivar a si mesmo e persistir mediante fracassos frustrações (prática da resiliência), controlar impulsos, canalizar emoções para situações apropriadas, motivar pessoas ajudando-as a liberarem seus melhores talentos e, finalmente, conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns.
Faz-se necessário desenvolver a inteligência emocional – segundo Daniel Goleman, autor da tese sobre o assunto – em suas cinco áreas de habilidades:


Autoconhecimento Emocional – reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre.
Controle Emocional – habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação.
Automotivação – dirigir emoções a serviço de um objetivo; essencial para manter-se sempre em busca.
Reconhecimento de emoções em outras pessoas.
Habilidade em relacionamentos interpessoais.

Com essas características pessoais assimiladas, como esse novo líder deve atuar em sua unidade de trabalho?
Em primeiro lugar, desenvolvendo as competências necessárias para atuação: competência técnica, administrativa e relacional.
Recomenda-se que o supervisor mantenha uma distância razoável das tarefas, para que não vire um "tarefeiro". O mais recomendável é que ele tenha uma visão muito clara dos processos e que estabeleça alguns critérios importantes para verificação e controle do andamento das atividades. A chave do sucesso está no planejamento, pois nele são definidos os objetivos, as metas e os meios necessários para a realização das atividades.

O sucesso da gestão em uma escola, indústria ou comércio depende das equipes que as compõem, e como elas são lideradas. Nesse caso, alguns fatores são essenciais para o sucesso da equipe:


A existência de um objetivo comum, visível para os todos os membros.
Uma divisão de papéis ou de tarefas
.
A existência de algum tipo de relacionamento entre as pessoas.
A percepção da possibilidade de se levar a cabo uma ação conjunta.
O sentimento de pertencer.
A história do grupo e a influência do ambiente externo.


Nilo Sérgio Borges é pós-graduado em Administração de RH pela FGV-SP e Pedagogia pela USP. Possui sólida experiência em consultoria com foco em Treinamento e Desenvolvimento de Supervisores. Atualmente é consultor do IDORT/SP.